Recebemos uma carta da escola, datada de 26 de Novembro, que incluía os dois parágrafos abaixo:
Caros Pais:
Aproxima-se o Natal e com ele toda a magia que o envolve.
O(A) vosso(a) filho(a) vai escrever uma carta ao Pai Natal e para isso necessita de um envelope em branco com um selo de 0,30 euros, até 3ª fª, dia 2/12.
Falai no diabo, isto é, no problema, e eis que ele volta! Respondi à professora com uma carta contando a história anterior, solicitando que dispensem o meu filho de participar, e sugerindo que as cartas poderiam ser enviadas a pessoas verdadeiras!
Foi na semana seguinte, numa reunião marcada por outros motivos, que recebi a resposta. Os CTT estão provavelmente inocentes de todas as minhas acusações. Este ano o que se passou foi o seguinte:
- A professora decidiu que seria boa ideia por os alunos a escrever ao Pai Natal. Ou seja, a iniciativa foi da escola, e não dos CTT.
- Após juntar as cartas dos alunos, a escola envia-as aos CTT. Em particular, a escola figura como remetente, pelo que os CTT não sabem a morada dos alunos.
- Os CTT, num acto de boa vontade, enviarão às escolas uma qualquer lembrança a distribuir pelos alunos.
A moral da história é capturada de forma excelente por um provérbio anglo-saxónico conhecido como Hanlon's Razor: "Never attribute to malice that which can be adequately explained by stupidity."
No seu livro "The transparent society", David Brin coloca palavras ainda mais fortes na boca do personagem M. N. Plano:
Never attribute to malice what can be explained by stupidity. Don't assign to stupidity what might be due to ignorance. And try not to assume your opponent is the ignorant one-until you can show it isn't you.