Baseando-me na minha experiência pessoal enquanto pai, enviei uma carta ao Ministério da Educação no âmbito da discussão pública sobre a reforma da educação especial e do apoio sócio educativo.
Creio que a proposta teria resolvido a crise iminente na colocação dos professores, pelo que vou divulgá-la aqui.
Caso o leitor seja um dos professores afectados pela eterna incapacidade dos professores destacados para o ministério em colocar os colegas, sugiro que mostre a proposta abaixo ao seu (sempre presente) delegado sindical.
Proponho que os professores colocados numa escola tenham o direito de continuar na mesma escola no ano seguinte, independentemente de quaisquer concursos.
Razões:
- Não há passagem de informação entre um professor e o professor seguinte. As fichas de aluno não chegam; contém um mero resumo, mas não informam o professor seguinte de todos as boas ideias que permitiram lidar com um aluno difícil no ano anterior.
- O ponto anterior é particularmente sentido pelos alunos deficientes. É frequente haver um período de adaptação de alguns meses antes de a professora e o aluno deficiente se entenderem.
- Ainda no caso particular dos alunos deficientes, em alguns casos consegue-se uma "química" especial entre professor e aluno que permite enormes progressos durante o ano. É no mínimo um desperdício destruir essa relação ao fim do ano e ter de recomeçar do zero no ano seguinte.
- É frequente que o novo professor, mesmo que cheio de boa vontade, saiba pouco sobre o problema específico do aluno deficiente na sua turma, tipicamente porque nunca encontrou um caso semelhante. A mudança de professor, portanto, implica normalmente "informar e treinar" o professor, assim como lidar com a inevitável ansiedade quer do professor quer do aluno.
- Esta alteração não implica nenhum custo acrescido ao Estado, mas promove a dedicação dos professores a uma escola onde se sintam suficientemente bem. Creio que terá um impacto positivo em todos os alunos, com efeitos acrescidos nos alunos deficientes ou com dificuldades.
- Se o estado tiver razões para pensar que a estabilização excessiva do corpo docente é prejudicial, então que encoraje todos os professores a rodar entre escolas a cada 4 anos, por exemplo. Em alternativa, que aplique a medida apenas a professores de turmas com crianças deficientes.